quarta-feira, 27 de abril de 2011

COMO SE COMPORTAR NO PALANQUE!

Na época ditatorial, nos anos 60, com o início do período do marketing político com Getúlio Vargas, a forma como os políticos se comportavam nos palanques era única, uma espécie de formato padrão para todos que subiam nos palanques. Esse formato padrão se limitava aos gritos e palavras difíceis, sendo que, muitas vezes, não complementavam o contexto político. As gesticulações eram exageradas e faziam parte dessa representação teatral em demasia. O povo gostava dessa representação mais agressiva e não se importava tanto com o contexto do discurso do candidato. Na época era bem mais fácil conseguir a atenção e a simpatia dos eleitores, prometendo empregos aqui, projetos milionários ali, o que não poderia ser cumprido era o bastante para vislumbrar os eleitores.

Com o passar dos anos desde a ditadura, muitos políticos ainda insistem no mesmo formato discursivo. Esquecem e ignoram que a concepção dos eleitores não é mais a mesma. Hoje em dia o eleitor pressente se o político está falando a verdade pelo tom de voz, pelas gesticulações e avalia se ele entende e sabe dos seus desejos e anseios em questão de minutos. É verdade que muitos eleitores se vendem por uma cesta básica, por sacos de cimento, remédios, etc., mas existem muitos que querem escutar do político como ele poderá melhorar a qualidade de vida de sua comunidade, e, se o político souber explanar bem seu discurso, conseguirá muitos apoiadores (cabos eleitorais). Além de muita informação, é preciso ter muito conhecimento do que fala, do que propõe, técnica para falar e cuidado para lidar com os anseios, necessidades e desejos do povo; isso vale para o presidente da república, prefeitos, deputados, governadores, senadores e vereadores. Falar em palanque é diferente de falar na TV, no rádio, nas entrevistas, nas reuniões porque cada um exige um tipo de linguagem, e a do palanque é única.

Como se comportar no palanque? Prepare-se com informações sobre as principais demandas do eleitor. Se for tímido, treine em casa na frente do espelho, grave sua fala com o auxílio de uma câmera digital (simples) e avalie depois. Se tiver dúvidas, peça para seus familiares avaliarem o seu comportamento e o contexto de seu discurso. Lembre-se de utilizar palavras populares, de fácil compreensão. Inicie-o cumprimentando a todos e agradeça a presença com um tom de voz tranquilo e nunca esqueça que o seu semblante deve ser simpático. Comece a discursar e, depois, vá alterando a voz para não ficar monótono. Se perceber que o público está se dispersando, aumente o tom por um tempo e fique em silêncio. Pode ter certeza de que o silêncio por alguns segundos chama a atenção! As gesticulações não podem ser tão exageradas como antigamente e devem ter coerência com o contexto da fala. Se o Sr. disser na minha gestão, aumentou os índices de alfabetizados, gesticule para cima, diminuiu o número de criminalidade entre os jovens, gesticule para baixo. Não cometa o erro de “se jogar” na plateia de cima do palanque, tomado pela emoção. Política é coisa séria e não um show de rock.

Obs: Lembrando que estas estratégias fazem parte de um grande contexto e que elas não se limitam somente ao que foi citado. Se você gostou, por favor, repasse para um amigo candidato.

CONCEITO DE MARKETING POLÍTICO

Em 1952, o marketing político surgiu com o seu formato mais moderno nos Estados Unidos com o partido dos Republicanos na Campanha do general Eisenhower mediante contratação da agência de publicidade BBDO (Batten, Barton, Durstin e Osborne). FIGUEIREDO (2000, p.16).

Naquela época, surgiam as primeiras regras da comunicação política, como a USP (Unique Selling Proposition), dizendo que em cada peça publicitária do candidato, deveria ser vendida apenas uma idéia como uma proposição, como afirma FIGUEIREDO (2000,p.17). Para se falar de marketing político, primeiro há uma necessidade para conceituar o marketing.

YANAZE (2007,p.7) diz que a American Marketing Association (AMA), a mais antiga associação de profissionais e pesquisadores ligados à atividade, assim define marketing como:

“o processo de planejar e executar a concepção, estabelecimento de preço, promoção e distribuição de idéias, bens e serviços, para criar trocas que satisfaçam objetivos individuais e organizacionais (AMA,2004)”.

Por um outro lado, KOTLER (2003,p.8) afirma que marketing é um conceito de mercado onde indivíduos realizam trocas de produtos que necessitam e desejam.

O conceito de mercado acaba por nos levar ao conceito de marketing. Marketing significa administração de mercados para efetuar trocas e relacionamentos com o propósito de criar valor e satisfazer necessidades e desejos. Assim, voltamos à nossa definição de marketing como um processo administrativo e social pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam, por meio da criação, oferta e troca de produtos e valor com terceiros.

Dessa mesma forma, o marketing político efetua troca e relacionamentos com o propósito de criar valor para um certo candidato, e satisfazer as necessidades e desejos do eleitorado. Segundo FIGUEIREDO (2000, p.14)

“O marketing político como um conjunto de técnicas e procedimentos cujo objetivo é avaliar, através de pesquisas qualitativas e quantitativas, os humores do eleitorado para, a partir daí, encontrar o melhor caminho para que o candidato atinja a maior votação possível”

Seguindo a linha de raciocínio de FIGUEIREDO, percebe-se que o marketing político é bem amplo e complexo, exigindo, assim, uma sequência que consiste em análise do clima de opinião que se baseia em análises de conjuntura, do quadro político e dos adversários. O planejamento e a realização das pesquisas tanto qualitativas como quantitativas, é essencial. Análise das pesquisas e elaboração da estratégia é a segunda etapa. A definição dos mais eficazes meios de comunicação para se atingir os objetivos faz parte da terceira etapa. A partir dai, surgem novas necessidades de pesquisas para aferir a eficácia do caminho escolhido e, se necessário, corrigir o que já estava anteriormente planejado. Percebe-se que esse conjunto de ações que se somam e finalizam, são algumas estratégias usadas do marketing político para se vencer uma eleição.

YANAZE (2007,p.482) define vários conceitos no campo do marketing do setor público, mas o que interessa para este estudo são dois conceitos: marketing político definido por ele como marketing político partidário e marketing eleitoral.

No marketing político partidário, o candidato ao cargo parlamentar constrói sua imagem e posicionamento, fortalecendo-a dia-a-dia com o eleitorado.  A relação direta com o eleitorado faz a diferença para que o torne popular e, assim, cria-se um ambiente político favorável para elegê-lo a um cargo público.

Ainda, YANAZE (2007,p.482) cita de forma direta o conceito de marketing político partidário:

“é um processo de longo prazo, praticado pelo partido político, destinado à construção e ao fortalecimento de uma boa imagem pública na sociedade, em busca de adeptos e simpatizantes, criando condições favoráveis para eleger seus candidatos”.

Nesse mesmo sentido, há autores que afirmam de maneira diferente seus pontos de vista, como MANHANELLI (2006, p.14), alegando que as muitas formas variadas de definir o marketing político ficam restritas à compreensão desse processo como ações simplesmente eleitorais, e diz ”...é dirigido a quem receberá as ações políticas ou sociais derivadas dos mandatários dos cargos executivos e legislativos”. Contudo, o contexto se encontra na mesma linha de pensamento de YANAZE(2007) e KOTLER(2000)
O período eleitoral consiste em três meses a começar por julho, com data prevista para o término no dia da eleição do dia três de outubro. No marketing eleitoral, o candidato tem pouco tempo para persuadir seus eleitores com a campanha eleitoral. MANHANELLI (2004, p.57-58) coloca que, no marketing eleitoral, os eleitores terão de ser convencidos a votar neste ou naquele candidato.

YANAZE (2007,p.482) diz que no marketing eleitoral o candidato é comparado a um produto. É bem verdade que ele precisa ser “vendido”, ter uma boa “embalagem” e “ganhar” o cliente, mas, nesse caso, o “produto” tem que conquistar o voto do eleitor e ganhar a eleição. Se o candidato é como um produto, a sua embalagem precisa ser bem elaborada para conseguir criar uma boa imagem e, assim, a aprovação do eleitorado. Tal aprovação se baseia na criação de um clima político forte, conquistado dia-a-dia, favorável para o candidato. De acordo com Yanaze, a consequência dessa conquista é um marketing político partidário bem consolidado ao longo do tempo.

Apesar do marketing político ser diferente do marketing comercial/empresarial, percebe-se que as ferramentas do marketing empresarial podem ser usadas e estão contidas no marketing político, mas ambos possuem objetivos bastante diferentes. Dentre seus objetivos, conforme autores como Kotler, Yanaze, Manhanelli e Figueiredo conceituaram as definições de marketing e marketing político, o marketing comercial/empresarial acaba possuindo semelhança com o marketing político quando ambos buscam e utilizam suas estratégias para a conquista da satisfação e fidelização do cliente/eleitor ou vice-versa.

Satisfazer o eleitorado é tarefa de um candidato ou partido político para conseguir a vitória eleitoral e, com isso, o candidato, como líder comunitário, trabalha buscando políticas públicas em função de seu eleitorado/cliente. No trabalho de um líder comunitário, ele pode envolver pequenos grupos, ou até mesmo muita gente, agindo de uma forma específica, com um discurso que os favoreçam.

Marketing Político: o diferencial competitivo como Responsabilidade Social

A livre concorrência entre os mercados comerciais do sistema capitalista leva as empresas a traçarem novas metas que incluem aumento da participação no mercado e planos de comunicação eficazes entre a sociedade do consumo.
As empresas buscam uma nova forma de se diferenciarem umas das outras, criando, assim, novos produtos devido à grande saturação de produtos, em geral, no próprio mercado. E como uma nova estratégia, algumas delas se aproveitam da oportunidade que está em discussão na pauta das mídias sobre o aquecimento global e o aumento as desigualdades sociais, e tentam criar um novo posicionamento para uma nova identidade associada a uma causa social.
À medida que os movimentos sociais e ambientais se fortalecem, as empresas sofrem pressões para assumir uma responsabilidade maior pelos impactos sociais e ambientais de suas ações.
KOTLER (2000,p.24) afirma que, no futuro:

“Os movimentos ambientais fixarão regras rígidas para as empresas. Algumas delas ainda resistem a esses movimentos, levando-os em conta somente quando são forçadas pela legislação ou por protestos de consumidores. Por sua vez, empresas visionárias aceitam prontamente sua responsabilidade para com o mundo ao seu redor. Elas veem as ações de caráter social como uma oportunidade de ‘se dar bem fazendo o bem’, ou seja, de lucrar servindo os melhores interesses de seus clientes e da sociedade no longo do prazo.”
Percebe-se que a preocupação maior entre a concorrência é concorrer com o mercado de forma distinta, atraindo um novo tipo de consumidor que está em ascensão, definido por PARENTE e GELMAN (2006), como o “consumidor consciente”. Segundo COBRA (1997, p. 15): "O mundo vive uma era de grandes transformações. O consumidor deixa de ser consumidor de uma única região para se tornar consumidor mundial". Este consumidor se preocupa com a sociedade global.
Apoiadas em estratégias de marketing, algumas empresas veem a responsabilidade social como um diferencial competitivo e contracenam com o marketing, enquanto outras, motivadas a ajudar realmente, promovendo o bem-estar social, preferem gerar sustentabilidade entre os mais pobres, buscando resultados positivos de progresso em comunidades carentes.
KOTLER (2000) explica o interesse das empresas que visam participar do processo da Responsabilidade Social: “A concorrência mercadológica faz com que as empresas busquem maneiras criativas e pró-ativas para sair na frente, ou seja, visando aumentar a lucratividade”.
Ainda ZENONE (2006) este tipo de estratégia não pode ser considerado como um ato de RS, e sim, relacionado a uma causa. A RS, cujo objetivo começa com a conscientização de pessoas, criando meios para que estas passem a viver de acordo com os preceitos de uma civilização auto-sustentável, não pode ser confundida com marketing social e muito menos com causa social.
ZENONE (2006) cita que MELO NETO e FROES (1999, p.78) descrevem a RS como “a decisão de participar mais diretamente das ações comunitárias na região em que a empresa está presente e minorar possíveis danos ambientais decorrentes do tipo de atividade que exerce”.
 PARENTE e GELMAM (2006,p.17) fazem uma crítica às empresas que utilizam a RS como um diferencial competitivo e comparam a ambição da sociedade como:

“...a contaminação de uma gama de doenças que vão desde as mazelas sociais, passando pela degeneração do meio ambiente, até chegarem à decadência moral, que já vem permeando todos os escalões da sociedade”.
 Para ZENONE (2006,p. 64), o conceito de marketing social a partir de uma visão crítica define-se como o tipo de estágio de bem-estar social ‘...que traz benefícios para a sociedade’.
Já o marketing político, geralmente, anda paralelamente com o marketing social, porém, com objetivos diferentes. Percebe-se que o marketing social depende da política pública para fazer o bem para a sociedade, e o objetivo final do marketing político é eleger um candidato ou um mandatário, que muitas vezes utiliza do marketing social para se elegerem. Entre as diferenças e comparações desses dois enfoques de marketing, fortalecer um partido político e comunidades carentes, criando condições favoráveis a médio e longo prazo são muitas vezes estratégias traçadas pelos marketing social e político.
 O paralelo entre o marketing social e o político existe quando um candidato parlamentar e um partido político celebram uma parceria com uma ONG. Desse modo, as estratégias e as ferramentas do marketing político acabam utilizando o marketing social que, em seu conceito, carrega consigo as políticas públicas. Para a implantação dessas políticas públicas, um líder comunitário precisa estar conectado a uma instituição do terceiro setor. Neste caso, visando criar um posicionamento para o líder comunitário que associe seu nome a uma causa social, e, como isso, tornar-se um benefício para uma possível candidatura.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

A REALIDADE!

A REALIDADE!
Sempre que vejo determinadas noticias, para mim absurdas, nos jornais falado e escrito, eu me questiono e chego à conclusão que sou imbecil por não entender que o certo é o continuado desrespeito ao povo que necessita de atendimento médico em qualquer dos níveis, municipal, estadual ou federal.
Eu vi na TV, ninguém me contou, gente nas portas dos hospitais implorando para serem atendidas numa espera já de dias, semanas ou mais, já desesperançadas, e o que é pior. As autoridades estão cientes e não se apiedam destes seres tão humanos quanto eles. Aliás, não é só no setor saúde que se vê isto, viu-se nesta campanha o cinismo de certos candidatos a reeleição, prometendo mundos e fundos e apresentando belos planos para melhoras as condições de vida da população. Como pode? Eles estão sucedendo a quer, se não a eles próprios? E mais, estão confessando que na sua gestão não fizeram nada para o povo e sim para sim e seus apaniguados.
Foram desapropriadas um sem número de casas, parar fazer um estacionamento para carros próximos ao Maracanã, visando o mundial de 2014, deixando muitas famílias no desespero, vimos isto também na TV dias atrás e o que é pior, empregando o dinheiro público sem levar em conta a prioridade que se deve dar na aplicação deste dinheiro no atendimento aos angustiantes problemas que aflige a população.
São tantas as bandeiras pelas quais se deve brigar para termos um Brasil socialmente justo e temos tão pouca gente disposta a empunhar qualquer uma delas, que se pode pergunta: Onde está o sentindo de Pátria, de Nação, será que sabemos o que significam estas palavras ser ir ao dicionário?
Plagiando o grande orador Cícero, também Senador na antiga Roma, quando perguntava a Catilina um mau político: por quanto ainda Catilina, abusarás da nossa paciência? E aí eu pergunto para a maioria de nossos políticos: Por quanto tempo ainda candidatos, abusarão da nossa paciência?

UM SONHO...

UM SONHO...
Ninguém em sã consciência pode ser contra medidas que visem os interesses da população. O que se deve fazer é discutir, apresentando sugestões e soluções para se conseguir o melhor, que venha contemplar a todos assegurando a plena cidadania.
Entretanto o que se vê em todos os níveis da política, quer municipal, estadual ou federal é a consagração do “oposicionismo”, ou seja, é a oposição sistemática, oposição que se faz visando o interesse próprio ou partidário, prevalecendo sobre o interesse comum. Não o pratiquemos, sejamos todos do mesmo lado, do lado do que é bom para o povo. Para isto devemos superar vaidades, políticas partidárias e outros fatores que desequilibram qualquer iniciativa que vise à consecução desta vontade. Agindo assim estaremos gerando um fato inédito no comportamento de nossos políticos. O respeito mútuo é a base para que se tenha paz, condição necessária para todas as realizações que pretendemos em nossos campos de atividades.
Alguém diria, isto é um sonho, porém sonhos se realizam, tudo não nasce do nada, é necessário semear e a semente a gente encontra na vontade de realizar, na honestidade de nossos propósitos.
Por isto temos que entender o que significa fazer política em toda sua extensão.
Podemos começar pelas definições que conhecemos:
-Política é a arte ou ciência da organização, direção e administração de nações ou Estados;
-Política é o uso legítimo do poder para alcançar o bem comum do povo.
Podemos então entender que a política busca o bem de todos sem exceção, é abrangente, é apartidária, ao contrário da politicagem, que é usada para privilegiar e enriquecer uns, deixando a maioria desprotegida.
Somos seres humanos, portanto passíveis de erros e de pensamentos bons ou maus, lutemos para que sempre prevaleça o bom senso nas nossas ações e atitudes, porque fazer política é fazer justiça.

terça-feira, 5 de abril de 2011

SEM MEDO DE BRILHAR

SEM MEDO DE BRILHAR


Valério

Não tenha medo de brilhar.
Nem tema a inveja de uns e outros,
Se é para estudar, estude um pouco mais.
Se é para trabalhar, concentre-se na tarefa,
Se é para ensinar, prepare a sua aula
Se é para limpar, não deixe nenhum cantinho,
Não se esconda dos holofotes,
Saber receber elogios merecidos é divino.

Muitos e escondem atrás de mascaras,
E, por medo ou timidez, deixam de realizar
O que gostariam ou poderiam realizar.
Pessoas capazes de levantar uma empresa
De consertar um lar destruído
De ensinar uma profissão para alguém
Muitas vezes estão escondidas em si mesmas.

Bote para fora o seu talento
Canta,dance,ensine,trabalhe,pinte,
Expresse-se com a alma, trabalhe com garra
Não importa a multidão, nem o que vão pensar,
Importa, sim, você ter o prazer
Ter a certeza de ter feito o seu “melhor”
E,quando a noite chegar, deite-se e durma
Durma com aquele sorriso no rosto
De mais um dia vencido, de dever cumprido,
Sem medo de brilhar.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

O que é marketing político?

Um serviço do marketing exige tanto quanto os outros na capacidade de lidar com planejamento a longo prazo, cobranças excessivas e variáveis humanas que colocam em jogo o futuro de uma cidade, um estado e um país. A alta competitividade das eleições se reflete no crescimento do Marketing Político com uma estrutura estratégica para organização das campanhas que deve ser atrativa para o público sem perder o foco no compromisso dos candidatos.
O planejamento é uma das partes mais importantes da campanha. Uma campanha bem planejada começa no mínimo dois anos antes. Entretanto, é necessário que a campanha tenha a capacidade de se adaptar aos acontecimentos. O planejamento tem que ser feito desde o momento em que o político vira candidato. Esse planejamento tem que ser dinâmico, alterando-se de acordo com as circunstâncias da eleição, com a indicação dos adversários e com as variações do momento político.
O Marketing Político se utiliza de todas as ferramentas disponíveis para atingir o público. No entanto, nos últimos anos tem-se observado uma mudança de comportamento. Tempos atrás, o Marketing Político era mais festivo, cheio de vinhetas... Agora está ficando mais político propriamente dito. Ou seja, sendo aquilo que sempre deveria ter sido: uma discussão política voltada para esclarecer o eleitor.
Ferramentas e estratégias:

Os comícios populistas da Era Vargas não são estratégias tão populares hoje em dia. Décadas atrás, quando o acesso dos eleitores ao rádio e à TV era restrito, eles se constituíam como uma parte importante na divulgação das propostas dos candidatos. Atualmente, porém, além de serem proibidos em forma de showmício, por exemplo, a fatia do orçamento é dedicada principalmente às mídias eletrônicas, como TV e rádio.
É necessário estar atento a todas as ferramentas possíveis a fim de fazer uma campanha completa. O marketing político usa todo o instrumental disponível na propaganda, no jornalismo, na psicologia, na dramaturgia, etc. E todos os veículos que se possa usar para transmitir as idéias são importantes. Com o rádio e a TV como prioritários, deve-se planejar o uso adicional de galhardetes e santinhos.
As pesquisas de intenção de voto, embora sejam as mais divulgadas, são menos importantes que as pesquisas qualitativas, que muitas vezes guiam as estratégias de campanha ao questionar o eleitor sobre como ele vê a evolução do candidato. Elas são capazes de mudar a campanha, o horário eleitoral e até as roupas do candidato, especialmente num país grande como o Brasil, é preciso estar atento aos nichos de campanha, como Capitais, Estados e Regiões.
O modelo que indica a intenção de voto é um instrumento relativamente novo, disponibilizado através da pesquisa acadêmica, é um modelo estatístico de previsão de votos de segundo turno. Um dos objetivos da pesquisa é prover os profissionais envolvidos com informações que evitem o desperdício de dinheiro e tempo. Este modelo ajuda a saber onde concentrar os esforços de campanha.
O modelo se baseia em dados que indicam em quem o eleitor votou no primeiro turno. O voto do primeiro turno é repetido no segundo e resta ao modelo calcular, segundo o perfil dos eleitores, em quem ele votaria no segundo turno caso o seu candidato não tenha passado para a etapa final. O modelo já foi testado nas eleições de 2002 e obtém um índice de acerto de 94%.
Apesar de toda a tecnologia e esforços a favor dos profissionais e dos políticos, as tendências indicam que o eleitor está mais consciente e os especialistas alertam que o que ganha mesmo uma eleição é a credibilidade e interesses comuns com os eleitores. O marketing político é um instrumento de divulgação da candidatura. Não deve passar daí. O mais importante é o candidato, suas idéias e propostas.