segunda-feira, 20 de junho de 2011

O POVO. . . .

O POVO. . . .

As fantasias criadas por nossa imaginação, muitas das vezes esbarram em realidades perversas, foi o que aconteceu comigo. Vi na TV na noite de ontem, o trabalho humanitário de uma equipe que recolhia moradores de rua, a fim de dar-lhes melhor assistência. Fiquei feliz, as fantasias começaram a surgir. Enfim a prioridade no emprego do dinheiro público atendendo as necessidades do povo.

Acordei de madrugada sentindo muito frio, havia esquecido a janela aberta, fechei-a e voltei para cama, protegido pelo edredom adormeci.

Acordei na hora normal de ir trabalhar, tomei meu café e desci para a garagem, peguei meu carro e comecei minha longa jornada diária. O tráfego estava lento, chovia e o frio continuava. No meio do primeiro túnel paramos. Olhando para o lado vi uma mulher ajeitando a roupa do filho que devia ter uns 4 ou 5 anos. Imaginei, haviam acordado naquele momento, a cama uns pedaços de papelão, a coberta dois sacos de linhagem. Assim começava o dia daqueles dois seres tão humanos quanto eu. Baixou-me naquele momento uma angústia enorme um sentimento de culpa. Eu estava alimentado. Agasalhado e sentado confortavelmente no meu carro. O tráfego já fluía normal, liguei o rádio do carro no instante que o locutor informava que seria proibido o tráfego próximo ao Sambódromo porque o mesmo seria implodido para a construção de um maior. Já haviam demolido o Maracanã para construir outro Maracanã, quanto dinheiro investido. Sem dúvida o divertimento é importante, porém mais importante é aumentar a infraestrutura para dar mais assistência a tantas mães e filhos, abandonados como eu vi hoje.

Daí a frustração, a realidade perversa, pensei, quantas mães e filhos sofrendo , passando fome, doentes, precisando daquele dinheiro. E aquela criança? Que futuro? Abrem-se os jornais, assistem-se as TVs, e lá estão os políticos nas brigas por aumento de seus salários, brigando por automóveis, e o que é pior, disputando cargos em troca de apoio para que os governos sempre tenham aprovadas as leis que lhes interessam.

O povo? Não interessa a sua vontade, não interessa se as leis em disputa são em seu benefício. O povo é massa de manobra. A maioria do povo agredida na sua dignidade, não tendo outra saída e precisando viver, eu sei, sujeita-se a estes predadores da política. O poder encanta, ser o dono da caneta é o sonho da grande maioria dos políticos.